Da posição da cama à cor dos lençóis, passando pelo que pôr na mesa de cabeceira ou nas paredes, reunimos sete dicas para dormir mais confortável, com a ajuda do consultor de feng shui Alexandre Gama.
Não é chinesice, é conforto. Para Alexandre Saldanha da Gama, consultor de feng shui há 15 anos, é ainda mais simples do que isso: “Feng shui quer dizer vento e água, porque é uma filosofia que estuda os fluxos energéticos, mas se eu quisesse arranjar um nome português acho que lhe chamaria bom senso. Não precisamos de arranjar uma explicação mística, porque ela até pode atrapalhar, mas devemos perceber que o feng shui ajuda-nos a tomar consciência de que somos muitos influenciados pelo ambiente que nos rodeia.”
1. Atenção ao sítio onde põe a cama: atrás da cabeceira não deve haver movimento.
“Quando estamos deitados devemos estar tranquilos e ter as costas protegidas”, diz Alexandre Gama. Impensável estar sempre a olhar por cima do ombro para ver o que se passa: “A partir da cama, uma pessoa deve conseguir controlar todo o movimento do quarto. Devo ser ela a controlar e não o espaço a deixá-la vulnerável.” Nesse sentido, a cama é a primeira coisa a ser colocada no quarto, e os outros móveis são dispostos em função dela. Para complicar mais um pouco as coisas, há outro elemento que deve ser tido em conta: apesar das suítes modernas não sugerirem o mesmo, é muito importante haver uma separação entre o quarto e a casa de banho.
2. Ao contrário do que sempre lhe disseram, pode e deve ter uma planta no sítio onde dorme.
É um dos princípios fundamentais do feng shui: estar em contacto com a natureza, por uma questão de equilíbrio. “Nos tempos em que vivemos, e nas grandes cidades, isto muitas vezes traduz-se em tentar trazer a natureza para dentro de casa”, diz Alexandre Gama. Quarto incluído. “Apesar da sabedoria popular dizer o contrário, eu recomendo que todas as pessoas, tirando as que forem alérgicas ao pólen, devem ter uma planta no quarto, porque é altamente benéfico. É verdade que à noite, quando não tem luz, a planta gasta oxigénio, mas é sempre numa quantidade muito inferior do que a que seria utilizada, por exemplo, por mais uma pessoa a partilhar o quarto. Claro que temos de escolher plantas que estão preparadas para estar no interior, que não emitam gases ou sejam venenosas. Eu recomendo plantas de porte mais pequeno mas que possam trazer uma energia de crescimento. Pessoalmente gosto das canas chinesas, que nem precisam de terra e querem apenas uma jarra pequena com água.”
3. Deve tentar evitar ao máximo os aparelhos eletrónicos
Não precisa de ler à luz das velas ou de ver as horas a que deve acordar pelo sol. Mais uma vez, é uma questão de bom senso. “Eu não sou fundamentalista, tenho candeeiros nas mesas de cabeceira e uso despertador, mas há dicas que não custam nada”, diz o consultor de feng shui. Nomeadamente, deixar o telemóvel na cómoda mais afastada, se tiver mesmo de o ter no quarto, e usar extensões com o tamanho minimamente indispensável, em vez de ter metros e metros de cabos elétricos enrolados debaixo da cama. “Temos eletricidade nas nossas vidas há pouco mais de 100 anos, e o nosso corpo está equilibrado com o campo eletromagnético natural da terra mas ainda se está a adaptar aos campos electromagnéticos artificiais, que têm uma influência negativa e podem até pôr em causa a saúde do individuo”, diz Alexandre. Por campos electromagnéticos artificiais entenda-se tudo o que sejam antenas, fios elétricos, rádios e candeeiros, que devem ser os indispensáveis e não uma instalação a competir com as ruas de Las Vegas. A televisão também deve estar fora do quarto, até por outro motivo — baralha o cérebro. “No ambiente onde é suposto descansar e incentivar a calma, estamos a pôr um aparelho ativador. Mesmo que a TV esteja desligada, é um estímulo. Mistura um ambiente que deve ser de descanso com um ambiente estimulante.”
